Por: Christieli Ive
Foto: Christieli Ive. Os medicamentos é melhor forma de combater as doenças |
Hábitos
alimentares são considerados doentios quando interferem na saúde física e
mental, prejudicando até as relações pessoais e profissionais da pessoa
portadora do transtorno. Esses procedimentos podem levá-la a se alimentar pouco
e às vezes regurgitar, ou ingerir quantidades exageradas de comida, o que é
caracterizado como transtorno alimentar.
Segundo o Ministério da Saúde,
aproximadamente 90% dos casos de transtorno alimentar são de mulheres jovens,
porém recentemente houve um aumento no número de transtornos em homens e em
adultos de ambos os sexos.
A quantia de
ocorrências corresponde entre 1% e 4% da população e segue aumentando com
frequência significativamente nos últimos anos. Cerca de 25% dos pacientes
desenvolvem quadros crônicos com consequências orgânicas e as taxas de
mortalidade variam de 5% a 20%, sendo também este um número estimado, pois
considerável parcela de quem sofre da doença não sabe ou não aceita a condição.
Foi o que
aconteceu com L. S., de 23 anos, que quando apresentou sinais da doença não
aceitou e não acreditou que estava com transtorno alimentar. Começou desejando
ser magra e conquistar o “corpo perfeito”. Com apenas 13 anos de idade surgiu a
anorexia nervosa. Segundo ela, o que
mais provocou a vontade de emagrecer foi o bullying sofrido na
escola por ser gorda. Por esse motivo, em cinco meses perdeu 48 kg, sem nenhum
acompanhamento médico. L.S., no estado mais crítico, chegou a pesar 22 kg, com
1m64cm de altura. Nesse período entrou em coma por 10 dias na cidade de Goiânia
- GO.
Além da anorexia
nervosa, ela desencadeou uma série de doenças, como depressão, bulimia, toque e
síndrome do pânico. “A 'mia' (bulimia) e a 'ana'
(anorexia) são amigas da gente. A 'mia' é mais, pois nos permite comer, mas a
'ana' traz o resultado mais rápido. Elas são vozes que falam na minha cabeça o
tempo todo”, conta L.S.
Ela relata que
por diversas vezes se alimentava com três laranjas durante todo o dia, e que se
pudesse pesaria todos os alimentos só para saber as gramas e pesquisar quanto
tinha de caloria. “Teve uma vez que desmaiei e fui para o hospital e quando
acordei estava tomando soro. Briguei com o enfermeiro pra tirar aquilo de mim,
tudo porque eu tinha medo de engordar”, lembra. L.S. fez tratamento com
nutricionista, psicólogo e psiquiatra.
Hoje, com duas
filhas, diz que se preocupa com o futuro delas em relação ao apego excessivo à
estética. “Sinto-me vulnerável ainda”, admite. L.S. teve o tratamento
interrompido devido à situação financeira.
Rita Aparecida
Barbosa, de 49 anos, formada pela Universidade São Francisco na cidade de São Paulo,
tem 21 anos de profissão como psicóloga. Foi responsável pelo tratamento de
L.S.. De acordo com a profissional, quando o ser humano tem algum distúrbio
emocional ou algum transtorno isto remete, em muitos casos, na alimentação. “No
caso dela, por exemplo, ela já tinha um distúrbio emocional, familiar, até
religioso, e as vozes que ela ouvia dificultavam sua situação, pois não conseguia
ouvir o próprio médico”, menciona.
Vídeo explicativo sobre transtornos alimentares
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