terça-feira, 11 de novembro de 2014

Número de cesarianas crescem 65% em Adolescentes

Hospital Municipal realiza 90 cirurgias em meninas de 14 a 18 anos. Equivalente 5 vezes maior do que o recomendado pela OMS.
Por Ana Paula Macedo
Hospital Municipal Deputado Cacildo Hugueney, fica na Rua Severino Botelho, 1118, centro de Alto Araguaia/ MT. Foto: Ana Paula Macedo
Em Alto Araguaia - MT, 65% das meninas de 14 a 18 anos de idade fazem partos cesarianas. Desde janeiro desse ano, 137 adolescentes tiveram filhos na maternidade do Hospital Municipal – Deputado Cacildo Hugueney. Sendo que, 90 dessas crianças nasceram por meio de cirurgia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que apenas 15% dos nascimentos devem ser cesáreas. Em Alto Araguaia esse número é 50% a mais do que é recomendado pela OMS. 

De acordo com a enfermeira RT Marynelen Berkhalm e Silva Nascimento, a maioria dessas meninas opta pelo parto natural no início da gravidez. Mas, por medo acabam mudando de ideia no decorrer da gestação. “A gente explica que o parto normal é a melhor opção. Depois de duas horas a mulher já pode se levantar, o leite desce mais rápido e depois de 24 horas já pode ir para casa com o bebê”, explica enfermeira.

Mesmo diante dos benefícios de um parto natural, a adolescente M. D. Silva, de 16 anos, grávida de sete meses de uma menina, diz que ainda prefere a cirurgia. “Por mais que meu neném esteja encaixado e tudo indica que vai ser um parto normal, eu ainda prefiro cesariana, estou com medo da dor, diz que dói muito e não sei se vou aguentar”, conta adolescente.

“Eu senti uma dor terrível achei que ia morrer” E. S. Borges, 15 anos.
Vitor Emanuel nascido no Hospital
Municipal. Foto: Ana Paula Macedo
“Quando comecei a sentir as contrações e entrar em trabalho de parto, confesso que senti muita dor, pensei que ia morrer. Mas apesar de tudo, meu parto foi bom e não demorou muito, em menos de duas horas meu filho nasceu. Depois que a criança nasce, com a emoção de ver o filho, a dor também vai embora em questão de segundo”, conta emocionada a adolescente E. S. Borges, de 15 anos.

Riscos
Segundo a ginecologista e obstetra Joelma Martins, ter o filho por meio da cirurgia aumenta cinco vezes mais o risco de morrer a mãe, devido ao procedimento. Há também o dobro das chances do bebê não sobreviver, além da possibilidade do leite não descer rapidamente e prejudicar a amamentação. “Só existe uma forma certeira do bebê está maduro para nascer, quando a mulher entra em trabalho de parto e não pelo cálculo da idade gestacional. A criança manda sinais para o corpo da mãe dizendo que está pronto para nascer. Ao marcar uma cesariana, retira-se esse o bebê fora do tempo de nascimento, colocando a vida dele em grandes riscos e de nascer prematuro”, explica obstetra.


                        vídeo explicativo sobre  a importância da amamentação.
Crédito: Youtube

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