sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Álcool mata 320 mil jovens todos os anos

Por Simone Kaiper
Fortos: Marcos. USP/São Paulo

Uma das maiores preocupações das famílias brasileiras está associada ao uso excessivo de álcool. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o álcool mata 320 mil jovens todos os anos e está entre as principais causas de adoecimento e morte no Brasil, de acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mais de 60 tipos de doenças estão ligadas ao consumo de bebidas alcoólicas; além disso, a maioria dos jovens que iniciam sua vida nas drogas mais pesadas testemunham que o álcool foi a porta de entrada para elas.

De acordo com a pesquisa do Levantamento Nacional deÁlcool e Drogas (LENAD), 64% dos homens e 39% das mulheres consome algum tipo de bebida alcoólica. Enquanto metade da população é abstêmia, 32% bebem moderadamente e 16% consomem quantidades nocivas de álcool.

Para a psicóloga Lorena Cândida Magalhães, 23 anos, são vários os fatores que levam o individuo ao alcoolismo. São entendidos como Biopsicossociais (que são fatores genéticos, sociais e psicológicos). Lorena deixa claro que deve- se avaliado a história de cada um não se pode generalizar, pois cada caso é um caso. Deve levar em consideração a causa e consequência do histórico de cada paciente.Geralmente o indivíduo procura refugio na bebida querendo esquecer a realidade em que vive. Maior parte dos alcoolistas além de fatores genéticos, ou seja, vem de família, o pai ou avô já tiveram o problema. 

O fator psicológico pesa bastante, já o social no sentido de estar desempregado, o sujeito  não interage com os amigos e familiares tudo isso pode estar relacionado com o uso do álcool. Assim o indivíduo tenta suprir questões como essa através do álcool, explica Lorena. 

A psicóloga explica que existe vários tipos de tratamento. Atualmente, a rede municipal disponibiliza, uma vacina. Lembrando que, tudo depende da vontade do alcoolista em fazer o tratamento. Está vacina tem por finalidade inibir o uso do álcool. Um outro tipo de tratamento é o grupo de Alcoólicos Anônimos (AA), onde pessoas alcoólicas se encontram com obletivo de trocar experiência e se livrar do vício. A psicóloga aconselha que o indivíduo deve procurar ajuda antes de chegar a casos extremos.


V.R., dona de casa, 54 anos, conta que tudo começou durante minha infância. "Conviver com um pai era alcoólatra não foi bom pra ninguém da minha família . Todos sofriam quando meu pai chegava bêbado em casa todos os dias. Lembro que minha mãe pedia para os meus irmãos mais velhos buscarem meu pai. Por muitas vezes eles iam, mas com o passar do tempo começaram ficar com vergonha de buscar ele no bar. O que mais doía era ver que faltava praticamente tudo dentro de casa. Minha mãe ali sempre ao nosso lado passando por todo esse sofrimento calada, triste, angustiada. Ela sempre dizia que ele ia parar de beber. Realmente ele parou quando teve cirrose, depois disso ele não teve muito tempo de vida,” desabafou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário